Durante a campanha de ensaios em voo, que deve durar alguns meses, a empresa verificará se o que foi projetado em seus laboratórios corresponde ao que foi produzido. “Além de analisar o desempenho, a segurança e a manobrabilidade da aeronave, a empresa verá se o equipamento atende às regulamentações em termos de poluição, emissões de ruído, entre outros itens”, explica o engenheiro aeronáutico William Roberto Wolf, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas (FEM-Unicamp).

O primeiro protótipo em escala real do eVTOL foi apresentado no ano passado. A aeronave é dotada de oito rotores (conjunto formado pelo motor e hélice) para o voo vertical, na decolagem e no pouso, e asas fixas para o deslocamento na fase de cruzeiro. “Como parte de nossa campanha de testes em solo, realizamos em janeiro o primeiro teste do pusher [motor localizado na cauda], responsável pela propulsão durante o voo de cruzeiro”, informou a Pesquisa FAPESP Johann Bordais, CEO da Eve.

Com uma carteira que soma 2,8 mil intenções de compra, a maior do segmento, a Embraer espera se estabelecer como um competidor relevante nesse novo segmento aeronáutico. “A companhia leva vantagem. Já projetou diversos modelos de aeronave e tem grande expertise na área. O projeto da Eve, ao mesclar rotores e asas, dará maior autonomia ao aparelho, o que agrega valor ao projeto”, comenta Wolf.