Cartilagem do nariz pode ajudar a reparar lesões no joelho, dizem pesquisadores

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Uma queda desajeitada durante a corrida, esqui ou prática de esportes pode causar lesões no joelho que afastam os jogadores e aumentam o risco de artrite futura.

Mas, na maioria das vezes, não há nada de errado com o nariz, e isso pode ser a chave para reparar os joelhos e colocá-los de pé, sugere um novo estudo.

A cartilagem de substituição projetada a partir do septo nasal – a parede da cartilagem que separa as vias aéreas esquerda e direita do nariz – pode ser usada para reparar até mesmo as lesões mais complexas do joelho, relatam os pesquisadores na revista Science Translational Medicine.

“As células da cartilagem do septo nasal têm características particulares que são ideais para a regeneração da cartilagem”, disse o pesquisador sênior Ivan Martin em um comunicado à imprensa. Ele é chefe de biomedicina da Universidade de Basel, na Suíça.

Por exemplo, foi demonstrado que essas células podem neutralizar a inflamação nas articulações, disseram os pesquisadores.

A cartilagem rasgada no joelho pode criar problemas de longo prazo para pessoas ativas, porque esse tecido não se cura sozinho. A cartilagem forma um tampão entre os ossos, e uma perda de cartilagem acabará por levar à artrite.

O novo processo de reparo do joelho envolve a extração de células de um pequeno pedaço do septo nasal de um paciente e, em seguida, o cultivo das células em um laboratório em um andaime feito de fibras macias, explicaram os pesquisadores em notas de fundo.

A cartilagem recém-crescida é então cortada na forma desejada e implantada na articulação do joelho.

Para seu novo ensaio clínico, os pesquisadores recrutaram 98 pacientes em clínicas em quatro países diferentes.

O estudo comparou duas abordagens diferentes envolvendo enxertos de cartilagem cultivados por apenas dois dias antes da cirurgia versus enxertos que amadureceram por duas semanas.

Os participantes foram acompanhados por dois anos, relatando regularmente seu bem-estar e quão bem o joelho reparado estava funcionando.

Os resultados mostraram melhorias claras em ambos os grupos, mas aqueles que receberam os enxertos mais maduros se saíram melhor, disseram os pesquisadores.

Eles continuaram a melhorar mesmo no segundo ano após o procedimento, ultrapassando o grupo com enxertos cultivados em alguns dias.

Os exames de ressonância magnética mostraram que os enxertos de cartilagem mais maduros resultaram em melhor composição do tecido no local do implante, beneficiando até mesmo a cartilagem natural próxima.

“É digno de nota que pacientes com lesões maiores se beneficiam de enxertos de cartilagem com períodos de maturação anteriores mais longos”, disse a pesquisadora Andrea Barbero, líder do grupo de pesquisa da Universidade de Basel, em um comunicado à imprensa.

Isso também se aplica aos casos em que os tratamentos anteriores de cartilagem com outras técnicas não tiveram sucesso, observou Barbero.

Os pesquisadores planejam testar a eficácia desse procedimento no tratamento da artrite causada pela degeneração da cartilagem do joelho.

O procedimento pode ser uma alternativa à cirurgia de substituição do joelho se os resultados se concretizarem, concluíram os pesquisadores.

Fonte: Universidade de Basel – Foto: Adobe Stock

Foto de Rodrigo Kawasaki

Rodrigo Kawasaki

Editor-chefe da Público A.